quinta-feira, 27 de maio de 2010

ALIMENTANDO RELACIONAMENTOS



Um estudo realizado por uma universidade americana da Carolina do Norte sugere que pequenos gestos de gratidão para o parceiro amoroso ajudam a fortalecer o relacionamento. A pesquisa foi feita durante duas semanas com 67 casais heterossexuais que anotaram todas as boas ações que fizeram para o parceiro bem como as ações de seus companheiros que os agradaram. Qualquer gesto, mesmo aparentemente insignificante, como servir um cafezinho, preparar um jantar comemorativo, levar as “ferinhas” pra passear, valia. Os pombinhos também registraram suas reações emocionais a esses mimos cotidianos e os resultados do estudo mostram que “a gratidão foi fortemente associada com a proximidade entre os companheiros e satisfação para homens e mulheres.” Generosidade e gratidão são, sem sombra de dúvida, ingredientes que temperam e dão liga ao molho que envolve os relacionamentos. Mas fiquemos atentos! Uma outra pesquisa realizada em uma universidade australiana, afirma que homens e mulheres que assumem compromisso, ficam mais rechonchudos, já que quando estamos mais felizes em uma união estável, nosso apetite e nosso desejo de partilhar prazeres, tendem a aumentar. É muito estudo científico pra dizer o que, instintivamente, já sabemos: o ato genuíno de dar amor (seja ele qual for), é o dar de comer.
É muito blábláblá pra mim... Vamos ao que interessa aqui e agora. Quer fazer uma comidinha boa e comer sem culpa? Afinal, muitas vezes, é mais nefasto o que sai pela boca do que o que entra por ela.
Prepare uma refeição da culinária grega, abençoada por Afrodite, tirada do caldeirão da Márcia Frazão e usufrua do poder da deusa. Faça o Briami (legumes ao forno): corte em cubos 5 abobrinhas, 4 batatas, 2 berinjelas; junte 2 xíc. de molho caseiro de tomate, 4 dentes de alho espremidos, 1 cebola em fatias grossas, 2 folhas de louro, ½ xíc. de azeite, ½ colher de chá de noz moscada, 1 colh. sopa de tomilho fresco, sal e pimenta-do-reino moída na hora. Coloque tudo em uma assadeira e leve ao forno médio por uma hora. Regue de vez em quando com um pouco de água para que os legumes fiquem sempre banhados por um generoso caldo. Aproveite os intervalos pra namorar. Sirva quente com bastante azeite por cima, acompanhado de pão árabe e Keftedhes sta karvouna (bifes de carne moída). Prepare na véspera uma Mantarinadha (calda de tangerina) pra regar um pedaço de bolo, uma bola de sorvete ou que sua vontade pedir...
Bon appétit!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

"VOTE NO BRIGADEIRO!"



Vou contar uma historinha. A de um doce cuja identidade permanece confusa. Informações sobre quando e onde ele surgiu são imprecisas. Procurar o autor da guloseima seria amargar, em vão, os anos que me restam. Então aceitemos de bom grado, uma autoria coletiva e pronto. Afinal, a combinação de seus ingredientes está muito mais ligada à intuição, à busca de prazer e ao deleite do palato, que qualquer outra coisa... Leite condensado (a história dessa delícia fica pra uma outra ocasião), chocolate em pó (o popular “do padre” que também não dá pra estender aqui) e manteiga; o fogo transformando tudo e voilà: nasceu o negrinho, lá no sul do país, afirmam os gaúchos... 2010 é ano de eleição e em ano de eleição, você sabe, “a voz do povo é a voz de Deus” (pelo menos era pra ser) e é essa mesma voz que espalha por aí que o negrinho virou brigadeiro. Vamos por partes senão me perco. Eduardo Gomes disputou com Eurico Gaspar Dutra, a presidência da República em 1945. O então Brigadeiro da Aeronáutica fora derrotado, mas contribuíra com um capítulo importante da história brasileira. Em 1950, nosso Brigadeiro voltou a disputar a presidência e aqui começa a parte boa dessa história: mulheres do Rio de Janeiro, engajadíssimas na campanha eleitoral de Eduardo Gomes, preparavam negrinhos em casa e os vendiam nas ruas da capital para engordar a campanha do cobiçado candidato que tanto fascinava as moçoilas cariocas. “Vote no Brigadeiro que é bonito e é solteiro”. Mas nem o bordão eleitoral, nem os encantos do nosso homem, nem mesmo a doçura das bolinhas de chocolate que acabam levando o nome da patente do candidato, lhe renderam os votos necessários e Getúlio Vargas, que nunca foi padrão de beleza, abocanhou o cargo.
Há uma outra versão da identidade do docinho, não menos interessante, mas indelicada e nada romântica, já que está ligada às partes íntimas do nosso compatriota. Melhor deixar pra lá pra não ser maldosa até porque, em se tratando de política, estou sempre pisando em ovos.
O preparo do brigadeiro, embora simples, tem alguns truques: “Pode-se deixar a massa cozinhar menos ou mais tempo”, ensina o pâtissier Flavio Federico, de São Paulo. “No primeiro caso, haverá um docinho de textura macia; no outro, ele ficará meio puxa-puxa e grudará nos dentes”. E mais: “Caso seja preparado em fogo muito alto e houver um movimento não uniforme da espátula ou colher na panela, o açúcar do leite condensado caramelizará e formará pequenas bolinhas crocantes na massa.”, conclui.
Bon appétit!

terça-feira, 11 de maio de 2010

UM DOCE PRA RECOMEÇAR


Milão realizou pela primeira vez, em 8 e 9 de maio deste ano, uma feira, no mínimo curiosa, que teve como público-alvo os casais que estão se divorciando. Pois é. Na Itália o número de divórcios vem crescendo absurdamente e por isto, alguns visionários(oportunistas?) passaram a investir pra valer neste setor, oferecendo serviços para os novos solteiros recomeçarem nova vida. O Salão do Divórcio aconteceu em um hotel bacana de Milão e contou com 18 expositores entre psicólogos, psicoterapeutas, imobiliárias, arquitetos, investigadores, empresas que fazem testes de DNA para reconhecimento de paternidade, especialistas em relacionamento e por aí foi. O diretor do evento, Franco Zanetti, queria mostrar que o que pode ser considerado fracasso ou falência pode igualmente ser visto como ponto de partida para uma nova fase. Parece que a indústria milionária do casamento achou uma rival (ou seria sua cara-metade?), a indústria do divórcio. É pra ninguém escapar, nem na hora de realizar o sonho do sim nem na hora de se livrar do pesadelo de uma união destemperada. É gastando que se recebe. Mama mia, sociedade mais maluca essa nossa! Tem um bocado de valores invertidos por aí, mas como tudo tem seu lado bom, uma separação também pode ser comemorada. Um Chef presente na feira propôs uma receita que ele chama de Torta do recomeço, uma sobremesa na forma oriental yin-yang, com chocolate e pimenta que lembram o sofrimento da relação passada e maracujá pra purificar a nova etapa. A torta ficou linda e certamente deliciosa. A receitinha completa ele não deu, mas fica aqui a idéia cheia de charme pra quando a gente precisar equilibrar as coisas da alma adoçando a boca, que de amargo basta o chá de boldo que vem como castigo depois da comilança desmedida.
Crie sua Torta do recomeço, invente uma combinação diferente e celebre o momento que já é um baita presente! Vamos ser práticos, compre uma massa congelada para torta (escolha uma boa marca pelamordedeus); descasque, pique e cozinhe algumas maçãs verdes com açúcar e depois bata no liquidificador até obter um purê que vai servir de base para as frutas; abra a massa, faça furinhos com a ponta de um garfo, cubra com o purê e as frutas de sua preferência, caprichando no desenho yin-yang, leve ao forno para assar e... Bon appétit!