terça-feira, 30 de agosto de 2011

BRUNCH

Não é preciso ser um expert em inglês para perceber que brunch vem da junção de duas palavras inglesas: breakfast (café da manhã) e lunch (almoço). O tal brunch não passa de um almocinho antes da hora ou um grande café da manhã tardio. Refeição mais complacente- sobretudo com os notívagos- não há. Tem coisa melhor do que acordar tarde e desfrutar de uma refeição descomplicada, farta, fora dos padrões, fora da convenção das horas? É quase um atrevimento, uma rebeldia gastronômica. É uma contravenção culinária. Por isso é tão atraente. O brunch é sem dúvida uma tentação (à qual nunca tive a menor intenção de resistir). Esse jeito de comer, que tem se tornado uma mania mundial, deve ter surgido (as origens do brunch são vagas) no final do século dezenove na Grã-Bretanha e início de século vinte nos Estados-Unidos, com o brunch de domingo, que também tinha cara de piquenique quando realizado ao ar livre. Mais tarde, esse jeito informal de comer foi adotado por hotéis e restaurantes espalhados pelos quatro cantos do mundo... Aqui no Brasil, o café colonial, típico do sul do país, é um belo exemplo de brunch nacional, um colosso de refeição com uma infinidade de pães, bolos, broas, biscoitos, geleias, salada de frutas frescas, quiches, embutidos e queijos; tudo regado a chás diversos, sucos, café preto, leite cremoso, chocolate; e tudo coroado com mel, cremes, pudins, tortinhas doces... E outras delícias atadas ao quinto pecado original. Pecado mesmo seria abster-se de tamanho deleite, do sagrado prazer do gosto. A ordem é beliscar à vontade!
Outro dia fui ao aeroporto, surpreender um amigo que partia de Cuiabá; queria dar-lhe um abraço e dizer o quanto me faz bem revê-lo. Cheguei atrasada ou ele adiantou-se, sei lá. Pra compensar meu desassossego e não ‘perder a viagem’, comprei um livro sobre comida: Brunches para todos os gostos, uma gostosura de livro, recheado de receitas de comidinhas e bebidinhas boas. Essa Vitamina de baunilha vai abrilhantar seu próximo brunche com amigos. Para 2 porções, use 2 xícaras (chá) de iogurte de baunilha, ¾ de xícara (chá) de leite gelado e 60gr de chocolate ao leite ralado. Coloque o iogurte no liquidificador com o leite e bata até espumar. Derrame a mistura em uma jarra e misture o chocolate ralado. Sirva em seguida. Eis a versão líquida do sorvete de flocos, sem miséria de chocolate.
Bon appétit!

2 comentários:

  1. Devoro tua coluna toda semana, pelo jornal, que recebo em casa. E devoro com gosto, saboreando cada palavra, porque você domina tão bem as letras quanto as panelas. Já era tua fã e agora sou tua seguidora também. Com MUITO GOSTO!

    ResponderExcluir
  2. E é com mais gosto ainda que saboreio suas palavras doces. Obrigada pelo carinho Loreci!
    Abração
    Elma

    ResponderExcluir