sexta-feira, 21 de março de 2014

QUERIA IR... PRA ONDE SÓ HOUVESSE OUTONO


“Caem as folhas/ tontas de sono/ e pelo ar voando vão/ à procura do regaço/ morno do outono/ ou de algum coração.” As palavras são de Antônio Simões, certamente mais um tonto pelo outono, caído de amores por essa estação... E cá estou eu de novo, como sempre, sempre em março, homenageando as águas que encerram o verão. Graças a Deus. É o outono dando o ar da graça. Tem cheiro de folha no ar; cheiro de folha amassada no chão; as cores começam a mudar; é promessa de vida em seu/meu coração- alguém já disse isso em canto, estou plagiando porque gosto, porque é bem dito, então bendito seja quem disse, porque é verdade! É chegada a hora do equilíbrio. O corpo quer o morno, nem o quente nem o frio; a alma quer o manso, o descanso... É chegada a hora de comer frutas, fruta madura assada, morninha; hora de bolo com castanhas; de chá, de café com conhaque; hora do “leitinho queimado” pra curar qualquer resfriado; é agora a hora do cravo, da canela, do açafrão, essas coisas que, quando escorregam goela abaixo aquecem o peito e amolecem o coração, você sabe. As coisas mudam no outono, muitas vezes não se vê, mas elas viram outras; o outono é discreto, não faz alarde pra virar tudo pelo avesso, que é seu lado certo. Queria ir pra onde só houvesse outono... Não dá, sei. Melhor parar de delirar. Cozinhar faz bem e é um meio de viajar, de ir pra o lugar que se quer, que sequer existe. Faça o bolo outonal que leva: 6 ovos, 300gr de açúcar, 50ml de óleo, 250gr de farinha de trigo, 1 colher (chá) de fermento em pó, 1 colher (café) de fermento em pó e a mesma medida de bicarbonato de sódio, 1 colher (chá) de canela, 1 maçã cortada bem fininha, nozes e amêndoas picadas grosseiramente. Faça assim: bata os ovos com o açúcar até obter uma mistura lisa e esbranquiçada. Junte o óleo e misture bem. Coloque a farinha, o fermento, a canela e o bicarbonato. Misture. Junte as nozes e as amêndoas. Verta tudo em forma untada e enfarinhada. Leve ao forno já aquecido até ficar bem douradinho. Sirva morno e se for decorado com “folhas” fica divino! Um jeito prático e bonito é colocar sobre o bolo, várias folhas de louro e salpicar (com uma peneirinha bem fina) açúcar de confeiteiro, depois retire as folhas com cuidado e deleite-se com o resultado. Bon appétit.

quarta-feira, 19 de março de 2014

LINDO, GOSTOSO... PELADO!

A coisa vem crescendo de 2013 pra cá. O que parecia ser só uma “tendência” (não sou fã dessa palavrinha besta, mas ela se encaixa perfeitamente aqui), uma moda passageira, emplacou de vez. Lindo, gostoso e já vem peladinho, com tudo à mostra! E mais: o que seria descoberto só na boca, agora pode ser comido, antes, com os olhos... Diga adeus à roupagem desnecessária, ao convencional e ao perfeitinho! Louvada seja a beleza imperfeita, original e cheia de graça do Naked Cake! Alguns dizem que ele nasceu nos Estados-Unidos, outros afirmam que ele é inglês, e quem se importa? O fato é que ele é irresistível! Pois é, estou falando do Bolo Pelado, aquele sem máscara, que intercala camadas de pão-de-ló fofinho com recheio abundante e tentador! Como se não bastasse, nosso peladinho vem decorado com frutas frescas, florezinhas comestíveis e polvilhado com uma fina camada de açúcar de confeiteiro pra dar um charme a mais. Existem centenas de maneiras de se confeccionar um “bolo nu”. O sabor, tanto da massa quanto do recheio, vai do gosto do freguês: o popular bolo de abacaxi com coco; o suave pão-de-ló de laranja; o sofisticado bolo de nozes; o imbatível bolo de café com doce de leite... O que vale é a criatividade, a delicadeza e o bom-gosto do confeiteiro na hora de montar as camadas... Semana passada foi meu aniversário. Ganhei um naked cake de dois amigos queridos (eles fizeram!), pra minha festa surpresa: chocolate & frutas vermelhas. Bonito e escandalosamente gostoso! Outros amigos também cozinharam para mim, fui mimada até dizer chega! Naquela noite, éramos todos bolos nus, estávamos com os corações à mostra! J

domingo, 9 de março de 2014

ELA BEBE... ELE COME.


Acabei de ver, ou melhor, ler a postagem de uma amiga em uma rede social, intitulada “Interessante”. Vou tentar resumir. A tal reportagem dizia que um estudo realizado com 800 mulheres que responderam uma série de perguntas relacionadas ao consumo de vinho e à rotina sexual delas, comprova que a bebida em questão serve como ativador do desejo sexual feminino. É, a bebida aumenta a libido se a mulherada consumir uma ou duas taças de vinho tinto diariamente. Atenção: a libido aumenta, mas isso não que dizer que a qualidade e a quantidade de  orgasmos também aumentem na hora do rala-e-rola. Ou seja, se você, cara leitora, fizer tudo direitinho, vai ficar cheinha de desejo, mas é só! Melhor assim. Imagine se a coisa fosse completa: aquela senhora, apreciadora de um bom tinto, mas recatadíssima, tendo orgasmos múltiplos em pleno jantar em família? (Ah... Isso sim é que seria “Interessante”). Voltemos à nossa reportagem, que não é desinteressante, mas também não nos presenteia com nenhuma descoberta inédita no campo da nossa complexa sexualidade. Não sou pesquisadora nessa área, mas sou mulher e posso afirmar que os resultados seriam idênticos com as consumidoras de champagne, vodka, uísque, saquê ou outra bebidinha com teor alcoólico suficiente pra soltar as amarras de uma possível inibição, que é da natureza feminina. E digo mais: se a companhia for de qualidade, até chá-mate, café, coca-cola, suco, água, podem aumentar nossa libido. E sem pesquisa garanto que, quando duas pessoas estão em sintonia, os corpos- que muitas vezes parecem agir sozinhos- se atraem naturalmente, instintivamente, independentemente... Aí a coisa flui, flui com qualquer líquido, flui... Conclusão: você bebe, ele come, ambos se divertem e ficam felizes. Nenhuma novidade. Até nossas avós sabem disso. Mais uma coisa: vê se faz uma comidinha simpática pra depois, afinal vai ser necessário e o prazer provocado pelas papilas beira aquele outro. Bon appétit!