As águas de março (de janeiro, de fevereiro, aff!) fecham o verão e descortinam o outono... Não é a primeira vez que declaro meu amor por esta que é minha estação favorita. Hoje vou dizer o porquê desse fascínio. “Fomos educados para alcançar resultados e não para valorizar os processos... O meio-tempo é o espaço de aprendizagem em nossas vidas, quando as experiências- quaisquer que sejam- não são objeto de julgamento, mas oportunidade para aprendermos.” (Iyanla Vanzant). O que tudo isso tem a ver com o outono? Pois bem, é assim que percebo, que sinto esta estação. É o meio-tempo entre o resultado frenético do verão e o repouso do inverno. É o processo entre esses dois resultados tão distintos. É a mistura de dois ingredientes; é o contraste do quente-frio... Na natureza, na vida, na cozinha, tudo acontece do mesmo jeito. Vai dizer que isso não é, no mínimo, fascinante?! Almeje um resultado, mas preste mais atenção no processo. Ele-o processo- é a vida acontecendo e muitas vezes, a gente nem se dá conta disso.
É, o outono me deixa assim, meio lá meio cá, meio corpo meio alma... Agora chega. Bora pra cozinha, que é pra isso que estou aqui. Não faço ideia do motivo que me fez pensar nessa deliciosa receita, mas afinal, já fiz tantas coisas sem razão aparente, uma a mais não vai fazer a menor diferença no meu processo (ou vai??).
Feijão preto com mamão e queijo de Minas (esta salada é servida no restaurante Celeiro e acho que fica perfeita como entrada para uma refeição outonal). Em uma bacia grande, junte 3 colheres de sopa de caldo de limão, 1 colher de sopa de gengibre fresco (sem casca, picado miúdo), 1 colher de chá de mel, 2 colheres de sopa de óleo de girassol, 2 colheres de sopa de azeite, sal a gosto. Bata bem com o batedor manual. Junte 2 xícaras de feijão-preto cozido e escorrido, ½ xícara de cebola roxa em cubinhos e misture bem. Na hora de servir, acrescente 1 ½ xícara de queijo-de-minas firme cortados em cubos pequenos, 2 xícaras de mamão bahia em bolinhas e ½ xícara de hortelã picada. Misture com carinho para não quebrar os cubos e dê as boas-vindas ao outono. Ele que muda discreta e sutilmente a natureza que nos envolve...
Bon appétit!