segunda-feira, 18 de junho de 2012

O OVO POCHÊ & A FAROFA

Estou às voltas com o projeto de uma estante nova só pra abrigar meus livros de cozinha. São livros lindos, recheados de informações históricas sobra a comida e nossa relação com ela; cada um deles tem um tempero diferente, um colorido diferente, uma textura única; cada um nos remete a um mundo novo de amores e sabores diversos; são milhares de receitas ora explícitas, ora camufladas, em contos, poesias, romances, pedaços de papel... É de fazer babar qualquer um que tenha afinidades, segundas intenções e outras coisas boas com a comida. Foi no meio de uma prévia arrumação que achei isso: “O nosso amor é tão bom/ A comida é que nunca combina/ Eu sou do carboidrato/ Ela da proteína/ Quando encho o prato/ Ela termina/ Ou: quando ela faz um ovo pochê/ Eu jogo farofa por cima/ Eu sou do carboidrato/ Ela da proteína/ Abro a geladeira/ Ela recrimina/ Nas questões de casal/ Não se fala mal da rotina/ Eu sou do carboidrato/ Ela da proteína/ Quando eu como bolo/ Ela gelatina/ Ou quando eu tchum no macarrão/ É quando ela tchan no yogurt/ Ela é da proteína/ Eu sou do carboidrato/ A sua saúde/ Minha ruína...” (Da Série Amores Impossíveis: O Gordo e a Nutricionista/ Mariana Verissimo). Taí um amor difícil, mas que pode dar certo. Quem garante que ovo pochê não combina com farofa? Sábado passado fui convidada pra uma feijoada no almoço na casa da Rita e não podia (nem queria) recusar o convite amigável pra um churrasco à noite, na casa de outra Rita. Não hesitei, fui, alegremente, comer com as Ritas. Sem arrependimentos ou culpas, pois desfrutei de uma feijoada deliciosamente leve (levíssima, acredite!) e, apesar de o churrasco estar soberbo, foi a farofa amanteigada de cebola que me encantou. Passei a noite especulando sobre a origem da tal farinha: É farinha de mandioca flocada, disseram-me. Que ela viera de Rondonópolis e que podia ser encontrada em qualquer mercado de lá. Domingo já estávamos na suposta cidade natal da farinha de mandioca flocada. Mas domingo o povo descansa, o comércio também. Achamos um único mercado funcionando e nada da farinha flocada Recreio! Essa merece outra chance. Vou atrás dela coûte que coûte. Vou fazer ovo pochê, farofa flocada de cebola e convidar uns amigos. Quem achar que não combina, não precisa aparecer. Bon appétit.

4 comentários:

  1. Aaaahhhh amei o post!!!!
    Mas nós ainda vamos rodar pra achar a tal farinha de novo, nem q seja pra levar outra pernada, mas aí qdo voltarmos com ela.....uia!!! Que nos aguarde!!!kkkkkk
    Bjos

    ResponderExcluir
  2. eu acho que combina (demais) com café da manhã.

    ResponderExcluir