quinta-feira, 8 de abril de 2010

UM AMOR DE CENOURA



“Les vieilles casseroles font les meilleures soupes, mais les carottes sont jeunes.”
Você certamente conhece só a primeira parte deste tão antigo ditado popular: “Panela velha é que faz comida boa.” A segunda metade deve ter desaparecido, por puro machismo, ao longo dos anos. Ô dó! Mas aqui vai o velho ditado, inteirinho traduzido, sem cortes nem arremates e fiel à língua de Molière: “As velhas panelas fazem as melhores sopas, mas as cenouras são jovens.”
Bom, deixemos as panelas no armário. É a cenoura, esse tubérculo maravilhoso, que vamos desenterrar hoje.
A ancestral selvagem da cenoura tem origem no Afeganistão, onde se encontra uma diversidade imensa da raiz. Digamos que a cenoura selvagem (teoricamente comestível, mas muito amarga e muito fibrosa para ser apreciada como alimento), seja uma priminha da cenoura domesticada que comemos hoje. A espécie longa, de tom laranja intenso, carnuda, de sabor suave e levemente adocicado, surgiu entre os séculos dezessete e dezenove na Holanda e a partir daí, ganhou os mercados do mundo.
Como todas as frutas e legumes ricos em fibras, vitaminas, sais minerais, a cenourinha é uma aliada fortíssima da saúde humana. Seu principal trunfo é o caroteno, essa bendita substância antioxidante que bate de frente com os radicais livres, os vilões responsáveis pelo envelhecimento das células (quanto mais colorida, mais rica em caroteno). Consumidas cruas ou cozidas, raladas, em saladas, associadas a outros legumes como a beterraba e o salsão, em sopas, purês, bolos, sucos, a cenoura só traz alegria, é uma delícia! A sensação de saciedade, leveza e bem-estar que ela nos proporciona é indescritível! Escolha sempre as jovens, firmes, de cor viva, de folhas vigorosas e bem verdes (quando assim forem vendidas) e solte a imaginação na hora do almoço, do lanche, do jantar ou a qualquer hora quando a fome apertar...
Essa deliciosa receita, o Velouté sexy de cenouras, só tem um pequeno inconveniente: a dificuldade em se achar a matéria-prima adequada, já que a carotte sexy só é encontrada na França, no mês de fevereiro; sua forma peculiar dá um sabor único a esse creme delicado e gostoso, aguça os sentidos, abre a mente e nos torna mais amáveis. Será?! Pra cozinha, já!! (não custa tentar). Raspe e corte em pedaços ½ kg de cenouras sexy. Coloque os pedaços em uma panela, cubra com água, junte 1 cubo de caldo de galinha, pimenta-do-reino moída na hora, tampe e deixe cozinhar por 20 minutos ou até as cenouras ficarem bem macias. Em seguida, bata no liquidificador e acrescente 400gr de creme de leite fresco. Acerte o sal. Misture coentro picado e uma pitada de cominho. Sirva com croûtons de alho.
Bon appétit!

2 comentários:

  1. El, tô aqui nesse friozinho de sampa e doida para saborear uns veloutés na hora do jantar. Na França eu comprava uns de abobora com cenoura deliciosos na caixinha (como dizia um amigo meu: é mto facil cozinha na França. Ja esta tudo pronto). Eu quero fazer. Mas uma pergunta: da pra guardar na geladeira e ir esquentando? Logico, nao é o ideal, nem o mais saboroso, mas é o mais pratico!

    Gros bisous, ma belle.
    tu me manques!

    ResponderExcluir
  2. salut ma fleur... pra conservar vc teria que congelar pequenas porções, mas sem temperar, só a "pastinha" do legume e só colocar o creme e os "cheirinhos verdes" qdo for consumir... pode dar certo assim!;)

    Toi aussi, tu me manques, mais je suis hyper contente de savoir que ça marche pour toi :)
    Bisous tt plein...

    ResponderExcluir