quarta-feira, 1 de junho de 2011

PITACO

Agora até minha secretária anda dando pitaco nos meus escritos. Outro dia ela me viu diante do computador e mandou ver: “Você não acha que já está na hora de dar uma receita legal pras festas juninas?” Respondi que eu não funcionava assim e que não era muito de seguir a ordem cronológica das coisas. Mas, cá estou eu, reconsiderando o pitaco e obedecendo às datas. Devo estar mudando. Afinal, nem todo pitaco é ruim. Pitaco de chef, por exemplo, geralmente dá bons frutos e tem até nome: o pulo do gato. Pitaco de gente querida também merece consideração e é chamado de conselho. Já pitaco de estranho é intromissão mesmo. O pitaco da minha secretária vai render uma conversinha boa e uma comidinha especial... Pensei nos Pãezinhos de Santo Antônio, o santo mais popular do Brasil, padroeiro dos pobres e santo casamenteiro. Faça os pãezinhos com 1kg de farinha de trigo, 30g de sal, 80g de açúcar, 100g de manteiga ou margarina, 120g de fermento biológico, 4 ovos e 300ml de leite. Misture tudo e sove bem. Dê forma aos pães e deixe crescer até dobrar de volume. Asse em forno preaquecido a 200 graus, até dourarem. Tem também as Rosquinhas de São João, o maior de todos os profetas. Na Europa, no dia da festa do santo (24 de junho), era organizado um grande encontro social para que moças solteiras e rapazes de posses se conhecessem. Santo Antônio casava as moças pobres, mas era para São João que as moças ricas faziam “simpatias” para arranjar um bom marido. Providencie 1kg de farinha de trigo, 1 e ½ copo de óleo, 2 copos de aguardente, 1 e ½ xícara de açúcar, 1 fatia de pão amanhecido, erva-doce, chá de canela. Frite o pão duro no óleo. Reserve. Depois de frio, misture os outros ingredientes (menos o chá) e sove bem. Faça as rosquinhas e coloque-as em uma assadeira untada e polvilhada. Asse até dourar. Depois de assadas, molhe no chá e passe no açúcar cristal. “Na noite de São João, dê uma esmola ao primeiro mendigo que encontrar, junto com duas rosquinhas. Pergunte o nome dele, pois esse, segundo a lenda, será o nome do seu futuro marido.” Dizem que realmente funciona. Prefiro não arriscar, pois sou capaz de me apaixonar pelo próprio. Já ouviu falar em dedinho podre?
Boas festas juninas! Bon appétit.

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