E um novo ciclo está prestes a começar.
“Apetite e sexo são os grandes motores da história, preservam e propagam a espécie, provocam guerras e canções, influenciam religiões, lei e arte. Toda criação é um processo ininterrupto de digestão e fertilidade, tudo se reduz a organismos devorando uns aos outros, reproduzindo-se, morrendo, fertilizando a terra e renascendo. Sangue, sêmen, suor, cinza, lágrimas e a incurável imaginação poética da humanidade buscando significado...”
Li e reli tantas vezes... Lavoisier dissera basicamente a mesma coisa, sem a menor graça, sem poesia. Pudera, era um químico; Isabel Allende, uma bruxa. Faz bruxaria com as palavras, com coisas de comer, transforma tudo, preserva o melhor, subtrai aqui, adiciona ali, triplica o prazer... É quase primavera, de novo. E de novo nasce o desejo. Uma vontade doida que vem do nada. Só vontade. Pura. O ar muda, os cheiros mudam. É a natureza no cio, incluindo você e eu. “Gula e luxúria, que tantas loucuras nos fazem cometer, têm a mesma origem: o instinto de sobrevivência.” A primavera faz isso com a gente. Bendita seja! Aguça os apetites, os dois; provoca, seduz. É papel dela. (Re)pare pra ver! Isabel Allende trata um e outro com o mesmo capricho. Associa os molhos a outros fluidos; os hors d’oeuvres às primeiras carícias; compara as sopas, quentes e boas para o estômago, ao aquecimento prévio, imprescindível para o sexo; as entradas são os jogos amorosos, o beijo, os beijos; o prato principal vira o kama-sutra; e a sobremesa, sobre a mesa, coroa um final feliz, o prazer derradeiro, sobre a cama... E como não queremos saltar etapas à mesa (muito menos na cama), é de molho que vamos conversar. Um molho tem que ter aroma delicado e sutil; pode ser quente ou frio; alguns são suaves, outros mais consistentes; mas a qualidade dos ingredientes (que devem ser poucos) e bom-senso na hora de misturá-los é que vai fazer toda a diferença no resultado final. Menos aqui é mais. Quer apostar? Dissolva ½ colherinha de mostarda com ½ xícara de iogurte natural. Junte 1 colher de suco de limão, 1 colher de geleia de damasco e 1 cálice de vodca. Só isso. A combinação pode parecer bizarra, mas fica realmente deliciosa. Experimente com carnes, mas o molho é seu, e a imaginação também...
Bon appétit!
“Apetite e sexo são os grandes motores da história, preservam e propagam a espécie, provocam guerras e canções, influenciam religiões, lei e arte. Toda criação é um processo ininterrupto de digestão e fertilidade, tudo se reduz a organismos devorando uns aos outros, reproduzindo-se, morrendo, fertilizando a terra e renascendo. Sangue, sêmen, suor, cinza, lágrimas e a incurável imaginação poética da humanidade buscando significado...”
Li e reli tantas vezes... Lavoisier dissera basicamente a mesma coisa, sem a menor graça, sem poesia. Pudera, era um químico; Isabel Allende, uma bruxa. Faz bruxaria com as palavras, com coisas de comer, transforma tudo, preserva o melhor, subtrai aqui, adiciona ali, triplica o prazer... É quase primavera, de novo. E de novo nasce o desejo. Uma vontade doida que vem do nada. Só vontade. Pura. O ar muda, os cheiros mudam. É a natureza no cio, incluindo você e eu. “Gula e luxúria, que tantas loucuras nos fazem cometer, têm a mesma origem: o instinto de sobrevivência.” A primavera faz isso com a gente. Bendita seja! Aguça os apetites, os dois; provoca, seduz. É papel dela. (Re)pare pra ver! Isabel Allende trata um e outro com o mesmo capricho. Associa os molhos a outros fluidos; os hors d’oeuvres às primeiras carícias; compara as sopas, quentes e boas para o estômago, ao aquecimento prévio, imprescindível para o sexo; as entradas são os jogos amorosos, o beijo, os beijos; o prato principal vira o kama-sutra; e a sobremesa, sobre a mesa, coroa um final feliz, o prazer derradeiro, sobre a cama... E como não queremos saltar etapas à mesa (muito menos na cama), é de molho que vamos conversar. Um molho tem que ter aroma delicado e sutil; pode ser quente ou frio; alguns são suaves, outros mais consistentes; mas a qualidade dos ingredientes (que devem ser poucos) e bom-senso na hora de misturá-los é que vai fazer toda a diferença no resultado final. Menos aqui é mais. Quer apostar? Dissolva ½ colherinha de mostarda com ½ xícara de iogurte natural. Junte 1 colher de suco de limão, 1 colher de geleia de damasco e 1 cálice de vodca. Só isso. A combinação pode parecer bizarra, mas fica realmente deliciosa. Experimente com carnes, mas o molho é seu, e a imaginação também...
Bon appétit!
Nenhum comentário:
Postar um comentário