quinta-feira, 25 de junho de 2009

DOCE COOPERAÇÃO

“Apesar dos conflitos terem sido comuns durante a evolução humana, a cooperação entre os indivíduos foi essencial para o sucesso da espécie. Entre os animais há inúmeros exemplos de cooperação. A colmeia é o mais perfeito deles.”
Líquido espesso e doce, elaborado pelas abelhas a partir do néctar das flores, que é uma solução aquosa, composta de açúcar, proteínas, ácidos, sais minerais e óleo. A abelha suga o néctar de uma flor e o deposita no “papo”, onde o açúcar do néctar se decompõe em dois açúcares mais simples, a frutose e a glicose. Quando a abelha retorna à colmeia, “regurgita” o néctar nos favos e, durante esse processo, o néctar perde grande parte da água que contém, transformando-se em uma substância muito doce, com 80% de açúcar: o mel. Alimento energético apreciado desde os tempos mais remotos, poderoso revigorante, preventivo natural contra uma série de males.
Você sabia que a origem das abelhas remonta a 20 milhões de anos antes de Cristo e que o homem aprendeu a comer o mel, observando os animais que dele se nutriam? E pasmem: para fornecer um quilo de mel, as abelhas de uma colmeia percorrem uma distância que corresponde a seis voltas ao redor da terra (eu e “meu” caminho de Compostela ficamos no chinelo depois dessa). Eis um exemplo mais que perfeito de (co)operação. O mais doce resultado do espírito de união. O golpe final no “cada um por si”. O doce sabor da vitória sobre as intempéries da vida. Um milagre!
Seria um tanto inapropriado propor aqui, uma receita à base de mel, já que ele é, por si só, a mais nobre receita da natureza. Optei por seguir divagando... A cor e o sabor do mel dependem da espécie da flor de onde o néctar é extraído. No Brasil, inúmeras plantas são cultivadas para oferecer néctar às abelhas, entre elas, o cafeeiro, o eucalipto, o ingá, a laranjeira e o alecrim. O mel que resulta de cada uma dessas plantas é de sabor ímpar e inconfundível. Porém, o meu favorito vem dos vastos campos de lavanda, da região da Provence, no sul da França. Descrevê-lo é quase impossível, mas esse é meu papel aqui, então seja complacente e faça um esforçozinho para saboreá-lo através das minhas palavras... O miel de lavande tem consistência fina e cremosa; sua cor clara vai do branco marfim ao amarelo dourado; é delicadamente perfumado e tem sabor extremamente agradável, como se florezinhas de lavanda eclodissem sob o limitado céu da nossa boca... Acredite, não há nada que se assemelhe a isto!
O mel de lavanda é reconhecido como um dos melhores do mundo. Ele tem a garantia do selo Label Rouge que atesta sua procedência, pureza, qualidade e sabor. Os habitantes da região Provence-Alpes-Côte-D’Azur têm tanto orgulho dele, que o consideram um patrimônio nacional.
Inclua mais mel em sua alimentação, seja ele de abelhas brasileiras ou europeias (você não vai conversar com elas mesmo). Lambuze-se e... Bon appétit!

“Por direito divino, o homem é o rei da natureza e tudo o que a terra produz foi criado para ele. É para ele que a codorna engorda, que o café moca tem um aroma tão bom, que o açúcar é favorável à saúde.” - Brillat-Savarin

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