quinta-feira, 25 de junho de 2009

UMA HISTÓRIA DE SABOR, CHEIRO & AMOR

Segundo uma lenda sobre a origem do café, no século III d.C., um pastor de cabras ficou ansioso, uma certa noite, quando algumas delas não retornaram ao rebanho. Saiu para procurá-las e encontrou-as excitadas, próximas a um arbusto, mastigando alguns frutos. Obviamente era o que lhes dava a estranha energia. Dizem que ele mesmo provou as frutinhas e experimentou a mesma sensação. Colheu amostras daquela “dádiva” e levou-as ao mosteiro local. As reações não foram favoráveis e ele ateou fogo nos frutos, convencido de serem, na verdade, “obra do demônio”.O perfume exalado pelos frutos torrados intrigou os monges e os grãos foram então rastelados das cinzas e recolhidos. Sugeriu que os grãos fossem esmagados e preparados em infusão. Constataram, em seguida, que a bebida os mantinha acordados durante as rezas e os longos períodos de vigília. Ninguém sabe, ao certo, quando o primeiro café foi tomado, porém, evidências botânicas sugerem que a planta do café origina-se aí, na Etiópia Central, onde ainda crescem milhares de pés acima do nível do mar. Sua popularidade espalhou-se para todas as partes do Oriente Médio.Serei obrigada a dar um salto imensamente longo na história e compactar a incrível façanha deste fruto em torno da terra... O café já estava ao alcance dos comerciantes de alguns países europeus que tentavam introduzir a lavoura em suas colônias quando, em 1714, holandeses bem sucedidos, presentearam o rei Louis XIV da França com um pé de café que cresceu numa estufa em Versailles. Quando deu frutos, as sementes foram espalhadas e as mudas levadas para cultivo na ilha da Réunion. A variedade de arbusto de café que se desenvolveu daquela árvore, em Paris, tornou-se conhecida como Café Bourbon, que deu origem aos nossos grãos, estes introduzidos em nosso país por amor. Saboreie a história! Em 1727, os portugueses perceberam que a terra do Brasil era propícia à cafeicultura, mas não tinham nem plantas nem grãos.O governo do Pará encontrou um pretexto para enviar Palheta, um jovem oficial à Guiana Francesa, com a missão de pedir ao governante local, M. d’Orvilliers, algumas mudas, que lhe negou o pedido, cumprindo ordens expressas do rei da França. A história do nosso café começa aqui. Madame d’ Orvilliers, esposa do governante francês, não resiste por muito tempo aos atrativos do jovem tenente e lhe envia um ramo de flores quando este estava prestes a regressar ao Brasil e dissimuladas pela folhagem, estavam as tão cobiçadas sementes, a partir das quais haveria de crescer o império brasileiro do café.Só uma história de amor poderia ilustrar o percurso feito por este grão tão sedutor, de sabor e aroma irresistíveis! Dizem que nos tornamos dependentes dele, mas afinal, não nos tornamos dependentes do oxigênio no momento em que nascemos? Bem como do leite materno, da santa água, do carinho, do amor... Este grão tão especial nos aproxima e nos dá uma lição de existência: o pó de café muda a água fervente, o elemento que lhe causa “dor”. Quando a água chega ao ponto máximo de sua fervura, ele consegue o máximo do seu sabor e aroma. Pensem na magnitude deste grãozinho!Também por amor revelo agora o petit secret do meu cafezinho.Escolha uma boa marca de café e misture 3 pós diferentes: 250gr de extra-forte, 250gr de descafeinado e um pacotinho de café aromatizado (amêndoas torradas, creme irlandês ou trufas com chocolate), passe tudo na peneira e guarde em recipiente fechado na geladeira. Surpreenda seus amigos com um simples cafezinho! Bon appétit!

“Os pensamentos são alimentos.” - (Feutchersleben)

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