quinta-feira, 25 de junho de 2009

A RAINHA DAS ORQUÍDEAS

Especiaria extraordinária tanto por razões gastronômicas como por motivos econômicos. Sua produção exige inúmeras intervenções manuais, o que a torna uma importante fonte de renda para milhares de famílias de alguns países em desenvolvimento. Utilizar suas favas nos dá um prazer indescritível e nos faz participar de um comércio mais igualitário e humano. Tais favas foram, primeiramente, colhidas das orquídeas selvagens do México. Os Astecas já conheciam o processo para conservar o aroma desta “vagem negra” que, quando madura, se desprendia da flor e fermentava no chão liberando um delicioso perfume. A única orquídea cujo fruto é comestível! A vanila ou baunilha, nomes derivados de vainilla, que em espanhol quer dizer grão ou vagem e cuja fecundação é realizada, naturalmente, em sua região de origem por uma espécie de abelhas, mas quando fora do seu meio natural, é fecundada manualmente, o que requer muita paciência, rigor e “savoir-faire”, fazendo dela um fruto ímpar e precioso. Hoje é a ilha de Madagascar o primeiro produtor mundial de baunilha, mas sua reputação já está espalhada pelos quatro cantos do mundo e são atribuídas a ela inúmeras virtudes tais como o combate à fadiga e à insônia, poderes afrodisíacos, regeneradores e anticépticos que agem em nosso corpo prevenindo algumas doenças. Mas seu maior poder está, indiscutivelmente, em seu perfume sutil e delicado; seu gosto suave, adocicado e incomparável deve agir mesmo é em nossas almas...Você sabia que para se obter 1 quilo de vanila são necessários 5 quilos de vagens verdes e que estas são secas ao sol durante duas semanas antes de serem tratadas? Respeite este processo longo e minucioso, conservando-as em lugar seco, ao abrigo da luz e evite armazená-las em recipiente tampado com rolha de cortiça para prevenir a formação de fungos.O emprego da baunilha é vastíssimo! Ela enobrece pratos doces e salgados, saboriza alimentos infantis, entra na composição de cosméticos e perfumes (você nem imagina o que “un parfum” com grande concentração de baunilha pode fazer por sua vida amorosa!)Eis um creme clássico da cozinha francesa (a primeira receita data de 1691 no livro de Massialot) para ser saboreado de olhos fechados como fazemos quando elevamos nossos pensamentos ou para aproveitar ao máximo um longo beijo apaixonado. Capriche no preparo deste “creme queimado” de sabor doce, de textura suave e crocante e seus esforços serão recompensados a cada colherada.Pré-aqueça o forno à temperatura média. Abra 1 fava de baunilha e raspe os grãos com a lâmina de uma faquinha. Coloque-os com a fava vazia em 500gr de creme de leite fresco e aqueça bem, mas sem deixar ferver. Misture 6 gemas com 130gr de açúcar de confeiteiro e bata até obter um creme pálido. Junte o creme quente aos poucos sem parar de bater. Peneire tudo e distribua a mistura em 6 potinhos refratários e leve ao forno em banho-maria por 30 minutos. Retire e deixe esfriar. Cubra-os com filme e refrigere por várias horas. Antes de servir polvilhe açúcar de confeiteiro em cada potinho e queime com um maçarico. Seu Crème brûlée está prontinho... feche os olhos e hummmmm...Bon appétit!

“A descoberta de um novo manjar causa mais felicidade ao gênero humano que a descoberta de uma estrela.” (Brillat- Savarin)

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