quinta-feira, 25 de junho de 2009

RELATO DE UMA COZINHEIRA SOLTEIRA & SUA PIZZA FAVORITA

Ele poderia ser a outra metade da minha laranja, aqueles olhos de jabuticaba, uma pele de pêssego e lindas maçãs salientes negam a possibilidade de que um dia ele se transforme em um maracujá de gaveta. Ah... Ele tem tudo para ser a cerejinha do meu bolo.
Conquistá-lo pode ser mamão com açúcar ou um terrível angu de caroço, se ele não passar de um banana que se sente o rei da cocada preta, claro! O medo de descobrir que o cara pode ser um tremendo pamonha, me faz pensar em passar essa batata quente e partir para uma outra história sem pepinos nem abacaxis. Decido então, levar a situação em banho-maria e só pôr a mão na massa depois de ter certeza que, ele e eu, somos farinha do mesmo saco (paguei um preço salgado demais com aquele pastel de vento que tentou me fazer comer o pão que o diabo amassou). Sem papas na língua, decidi encarar o filé. Me plantei diante dele, vendi meu peixe, fiz caras e bocas para apimentar o encontro e brindei o momento, já que não se faz uma omelete sem quebrar alguns ovos... Quer saber o final dessa história? Pois bem, ela acabou como muitas outras, que você e eu, já vivemos. Em pizza!
Desfrute da alquimia dos sabores quando a alquimia das almas azedar. Chore só quando cortar cebolas. Você está com a faca e o queijo nas mãos. Corte o mal pela raiz! Entorne o caldo! Jogue farinha no ventilador (ligado)! Engula alguns sapos se for necessário, mas as rãs são infinitamente mais gostosas, garanto. Prepare-se para fazer a melhor pizza da sua vida e comê-la inteirinha se quiser. A pizza margherita, comprovadamente capaz de produzir o bom humor, quando consumida em proporções adequadas, pode virar remédio contra muitos males. Esta delícia napolitana, inventada em 1889 para homenagear a rainha Margherita de Savoia com as cores da bandeira italiana, merece nossa reverência. A harmonia de cores e sabores que reina entre o tomate, a mussarela e o manjericão fresco, não se compara a nenhuma outra. Do preparo à degustação, um santo remédio contra os males do coração, aqueles diagnosticáveis e aqueles outros, mais secretos.
Para a massa, use ½ litro de água morna, 900gr de farinha de trigo, 20gr de sal, 20gr de fermento biológico, 2 colheres de sopa de azeite de oliva. Divida a água em duas partes. Dissolva o fermento em uma delas, o sal e o azeite na outra. Coloque a farinha em uma tigela e junte a água com fermento. Misture bem, junte a outra parte de água, amasse e sove por 15 minutos ou até que fique lisa e não grude nas mãos. Volte a massa para a tigela e cubra com pano por 1 hora. Amasse por mais 5 minutos e divida em 6 partes iguais. Coloque-as sobre uma bancada e cubra-as com pano por mais 1 hora. Enfarinhe a bancada e abra os discos com rolo. Para o molho, use 1kg de tomates maduros, sem pele nem sementes, passados na peneira grossa, sal e orégano. Rale grosseiramente 600gr de mussarela. Coloque os discos em fôrma para pizza, cubra com molho e leve ao forno quente por 12 minutos. Retire, cubra com o queijo e leve novamente ao forno para derretê-lo. Quando a massa estiver dourada, retire do forno, salpique folhas de manjericão fresco e... Bon appétit!

“Os prazeres são como os alimentos. Os mais simples são os que menos enjoam.”

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